terça-feira, 19 de novembro de 2013

O autor do mês de novembro

Eça de Queirós



Nascido na Póvoa do Varzim, Eça de Queiroz desenvolveu a sua vida literária entre meados dos anos 1860 e 1900, quando, a 16 de Agosto, morreu em Paris. Nesse lapso temporal, Eça marcou a cena literária portuguesa com uma produção de alta qualidade, parte dela deixada inédita à data da sua morte.

Nascimento: 25 de novembro de 1845, Póvoa de Varzim
Falecimento: 16 de agosto de 1900, Paris, França
Educação: Universidade de Coimbra
Filhos: António Eça de Queiroz, José Maria Eça de Queiroz, Alberto Eça de Queiroz, Maria Eça de Queirós
 

1845 Nasce José Maria de Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim. Filho natural do magistrado José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz e D. Carolina Augusta Pereira de Eça, é registado como filho de mãe incógnita. Batizado em Vila do Conde, viverá até 1855 em Verdemilho, em casa dos avós paternos, apesar de o casamento dos seus pais se ter realizado quatro anos depois do seu nascimento.

1855 É matriculado no Colégio da Lapa, na cidade do Porto, dirigido pelo pai de Ramalho Ortigão. Aí fará a escolaridade obrigatória até ao seu ingresso na Universidade.

1861 Matricula-se no primeiro ano da Faculdade de Direito de Coimbra, onde conheceu Teófilo Braga e Antero de Quental, entre outros.

1866 Forma-se em Direito e instala-se em Lisboa, em casa dos pais, no Rossio, 26, 4º andar, inscrevendo-se como advogado no Supremo Tribunal de Justiça. Inicia a publicação de folhetins no jornal Gazeta de Portugal num total de dez artigos que serão reunidos no volume Prosas Bárbaras em 1909. Parte para Évora no final do ano, onde irá fundar e dirigir o jornal da oposição Distrito de Évora.

1867 Inicia a sua atividade como advogado. Em Julho deixa a direção do Distrito de Évora, regressa a Lisboa e retoma a sua colaboração na Gazeta de Portugal de Outubro a Dezembro.

1869 Viagem pela Palestina, Síria e Egipto, onde assiste à inauguração do Canal de Suez em companhia de Luís de Castro, conde de Resende.

1870 Regressado a Lisboa, publica no Diário de Notícias os relatos da viagem ao Médio-oriente com o título «De Port-Said a Suez». Publicação no mesmo jornal de O Mistério da Estrada de Sintra, em colaboração com Ramalho Ortigão (de Julho a Setembro). É nomeado Administrador do Concelho de Leiria. Em Setembro presta provas para cônsul de 1ª classe no Ministério dos Negócios Estrangeiros, ficando classificado em primeiro lugar.

1871 É publicado o primeiro número d'As Farpas dirigido por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. Realizam-se as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, não se tendo cumprido a totalidade do programa previsto devido à proibição governamental ter impedido a sua continuação. Eça profere a quarta conferência intitulada «A Nova Literatura ou O Realismo como Expressão de Arte».

1872 É nomeado cônsul de 1ª classe nas Antilhas espanholas. No final do ano será empossado no seu cargo em Havana, Cuba, aí permanecendo durante dois anos.

1873 Viagem pelo Canadá, Estados Unidos e América Central.

1874 Publicação do conto «Singularidades de Uma Rapariga Loura».
Transferência para o consulado de Newcastle-upon-Tyne, em Inglaterra.

1875 Publicação na Revista Ocidental, dirigida por Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, da primeira versão de O Crime do Padre Amaro.
Conclusão da escrita de O Primo Basilio em Newcastle.

1877 Inicia a escrita de A Capital!, publicada vinte e cinco anos após a sua morte.

1878 Publicação de O Primo Basílio (1ª e 2ª ed.). Transferência para o consulado de Bristol, em Inglaterra.

1879 Escrita de O conde de Abranhos e de A Catástrofe, publicados em 1925.

1880 Segunda edição em livro de O Crime do Padre Amaro.
Publicação da novela O Mandarim em folhetins do Diário de Portugal.
Publicação dos contos «Um Poeta Lírico» e «No Moinho», em O Atlântico.

1883 Reescreve O Mistério da Estrada de Sintra.

1884 Visita a Costa Nova na companhia da condessa de Resende e das suas filhas Emília e Benedita. Segunda edição de O Mistério da Estrada de Sintra.

1885 Visita Zola em Paris. A sua legitimação é tornada oficial pelos pais.

1886 Casamento com Emília de Castro Pamplona (Resende), no oratório particular da Quinta de Santo Ovídio no Porto.

1887 Concorre com A Relíquia ao Prémio D. Luís da Academia Real das Ciências, perdendo a favor de Henrique Lopes de Mendonça com a obra O Duque de Viseu. Publicação de A Relíquia.

1888 Nomeado cônsul em Paris. Publicação de Os Maias. Forma-se em Lisboa o grupo d'Os Vencidos da Vida.

1889 Sai o primeiro número da Revista de Portugal, de que é diretor.

1990 Publicação do primeiro volume de Uma Campanha Alegre, reunindo a colaboração de Eça n'As Farpas.

1891 Traduz As Minas de Salomão, de Henry Rider Haggard.

1894 Inicia a escrita de A Ilustre Casa de Ramires. Publicação de «As histórias: O Tesouro» e «As histórias: frei Genebro», na Gazeta de Notícias.

1895 Publicação de «O Defunto» na Gazeta de Notícias.

1897 Começa a publicação em Paris da Revista Moderna. Nos dois primeiros números publica os contos «A Perfeição» e «José Matias». A Ilustre Casa de Ramires começa a ser publicado na mesma Revista, no número de Novembro, dedicado a Eça de Queiroz.

1898 Publicação na Revista Moderna do conto «O Suave Milagre».

1899 Prepara, em simultâneo, a publicação de três romances: A correspondência de Fradique Mendes, A Cidade e as Serras e A Ilustre Casa de Ramires.

1900 Morte após prolongada doença a 16 de Agosto, em Neully. Em Setembro, o corpo é trasladado para Portugal, realizando-se os funerais para o cemitério do Alto de S. João em Lisboa.
 
 

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